quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Alimentação

   Nós somos o que comemos, ou assim diz o ditado. Talvez por isso é que haja tanta controvérsia misturada com o tema da alimentação. Muitas pessoas definem-se pelos gostos (ou aversões) que têm, e protegem-nos ardentemente se for preciso, como se deixar de comer algo significasse a perda de uma parte vital da sua personalidade. Se a isto aliarmos insegurança e a necessidade de colmatá-la comendo muito, ou muito de algo, então temos nas mãos um assunto realmente delicado.

   Há quem diga que precisa de comer carne dia sim dia não para não sentir fraqueza, que soja ou tofu não são comida de gente, que peixe não puxa carroça, entre outras coisas. Se isto é verdade ou não, não sei, mas o que posso dizer é que quase nunca como carne, e só muito, muito raramente como peixe. Posso também dizer que o impacto ecológico da produção de um kilo de carne é bastante superior ao de um kilo de um vegetal qualquer. Excluindo todos os argumentos sobre o sofrimento animal que está inegavelmente associado à massificação da produção de carne, pelo menos o do impacto ecológico não é uma opinião, é um facto.


   Isto de comer carne tem mesmo muito que se lhe diga. E acho que o maior problema é a separação total do animal, aquele indivíduo que nasceu, brincou, viveu, e aquilo que nos aparece no prato. Se tivéssemos que ser nós a criar e a matar, será que comeríamos tanta carne? Ou pelo menos, será que a comeríamos dando-lhe tão pouca importância? Provavelmente não. E provavelmente deixaríamos de comer certas coisas, especialmente leitões, bezerros e outros bebés.

   Mas esta falta de consciência na altura de levar a comida à boca não se fica pela carne. Para mim, o respeito que é devido ao animal é o mesmo que é devido às plantas. Afinal não tiveram elas também de morrer?

   Certamente que haveria muito mais que podia dizer, mas gostava de terminar dizendo apenas isto: Tentem comer racionalmente, respeitosamente e moderadamente. 

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