Há duas forças que nos testam durante toda a vida. O ego é uma criança que vive dentro de nós e que não quer trabalhar quando tem que ser, nem levantar cedo porque está frio lá fora, nem enfrentar os desafios porque afinal está doente. A criança quer atenção constante e se não a recebe, faz birra, atira-se ao chão, bate com os pés, faz tudo o que for preciso até alguém parar para lhe dar atenção.
No karate, o menino ego gosta de atacar especialmente os mais novos. Não querem baixar-se porque acham que vai doer, nem esticar as pernas porque isso é muito difícil, nem treinar seriamente porque não se podem cansar para o estágio do próximo mês.
Já o senhor orgulho é uma pessoa mais velha e experiente que gosta de atacar os mais antigos e, do pouco que tenho visto, tem um apetite especial por cintos pretos 1º e 2º Dan.
O quê? Eu fazer espargata como os outros? Aquele deve achar que tenho a idade dele. Ou então... Fazer a aula dada por aquele tipo que é cinto preto há menos tempo que eu? Eu é que devia estar ali à frente, não ele. Ou ainda o meu favorito. Deixa cá mandar um tsuki na cara deste cinto amarelo para ele perceber que a vida é injusta e isto do karate é ainda pior.
Todos temos ego e orgulho dentro de nós, ou, como foi chamado de forma brilhante no estágio da Aroeira, egorgulho. Cabe a nós (e não aos outros) mantê-lo sempre debaixo de controlo, em todas as etapas do caminho, ou ele crescerá e depois corremos o sério risco de ficarmos esburacados por dentro.
Ego + Orgulho = Egorgulho. Para mim ele tem este aspecto. |
Sem comentários:
Enviar um comentário