sexta-feira, 25 de março de 2016

Chave Mestra

   Existem incontáveis portas no Karate, e todos nos esforçamos por abri-las. Cada porta é uma kata, uma técnica, um sentimento, algo que não compreendíamos quando pela primeira vez baixámos ao chão e fizemos saudação. São estas portas que nos vão chamando, continuamente, ao longo dos anos. É normal sermos barrados e ficarmos anos a tentar abri-las.

   O tsuki perfeito é uma dessas portas, e quem pode dizer que a abriu completamente?   

   Podemos passar a vida inteira a treinar para abrir a porta que temos à nossa frente, e depois de descobrirmos a chave, recomeçamos do início, face à porta seguinte.

   Este é um Caminho, mas não haverá outro?

   A chave mestra é a chave que abre todas as portas. A isto chamamos os princípios. No Karate existem vinte, escritos por Gishin Funakoshi, mas podemos tentar simplificá-los:
  1. Verticalidade - ligação com o Céu e com a Terra.
  2. Impulso - de avançar
  3. Ligação - com tudo, com todos.
   Podemos passar a vida a coleccionar chaves, esperando que um dia isso nos permita um vislumbre da Chave Mestra, ou podemos ir forjando-a desde o primeiro dia, para podermos com ela abrir todas as portas que vamos encontrando. Um dos caminhos é longo e demorado, o outro parece-me bem mais rápido.


Uma chave abre muitas portas



terça-feira, 8 de março de 2016

Mulheres Guerreiras

   Em tudo existe uma dualidade, um masculino e um feminino. E esta dualidade inerente a toda a manifestação é algo profundo, que vai muito além das formas. Ainda que seja verdade que não há ninguém totalmente masculino nem totalmente feminino, continua a ser inegável que tais energias existem e é o seu equilíbrio que traz harmonia ao mundo.

   Se antigamente as mulheres eram tão separadas da realidade que se transformavam em bonecas de exibição, também é verdade que sempre houve uma classe de mulheres guerreiras que desafiavam as tendências e, sem perder a feminilidade preciosa que as caracterizava, tinham a força e a vontade de lançar mãos às armas e proteger quem delas mais precisava. Exemplo disso são as onna-bugeisha, guerreiras japonesas e mestras em Naginata, lança com uma lâmina longa na ponta.

   Era costume oferecer naginata às mulheres dos samurais como prenda de casamento, para que pudessem proteger a casa depois dos homens terem morrido em batalha.


Video demonstrando Naginata-jutsu.