terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Mushin

   Sempre que ocupamos a mente inferior com planeamentos e execuções, estamos a limitar-nos a fazer apenas isso - planeamentos e execuções - mas e se entretanto surgir algo inesperado? Algo para o qual não estávamos preparados? É por isto que o melhor é esforçar-nos por manter um estado mental aberto e desocupado por pensamentos e emoções. Se surge uma acção no oponente, mental ou manifestada, temos que nos adaptar simultaneamente para lhe dar resposta. E para isto ser possível, o estado de mushin no shin (a mente sem a mente) é fundamental.

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   Para atingir e permanecer neste estado não podemos prender os pensamentos ou as emoções. Tudo tem de fluir naturalmente, como o vento, como a água. Encaremos os pensamentos e as emoções como nuvens que passam no céu. Podemos contemplá-las à distância mas não devemos prender-nos  a elas.

   Ao princípio, largar sensações parece difícil, aquela dor no pé durante o seiza ou aquela dor no joelho durante a espargata, mas eventualmente aprendemos a não lhes dar demasiada importância. Bem mais difícil parece ser distanciar-nos dos nossos sentimentos quando são eles que regem grande parte das nossas acções. Para isto, julgo que a única solução é compreender a sua fonte:

   Temos instinto;

   Temos mente inferior;

   Temos mente superior.

   E só as últimas podem vencer as primeiras. 

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