terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Descomplicar

   Encontrava-me a meio do treino e tudo corria normalmente. O sensei dava as vozes, o senpai ia ajudando, e nós fazíamos as técnicas o melhor que podíamos. E foi no meio de tanta normalidade que me apercebi que o que estava ali a acontecer era tudo menos vulgar. Ali estavam várias pessoas de diferentes idades e passados, amigas, unidas, treinando corpo, mente e espírito com o único propósito de serem melhores, mais simples, mais genuínas. Recebiam conselhos, ajudavam-se mutuamente, não havia aquela preocupação paralisante que acompanha a técnica mal feita; apenas uma simples e sincera vontade de melhorar.

   É esta sensação de acordar, esfregar os olhos e ver o que realmente é - não o que achamos que é - que procuro explorar nesta publicação.

   E, se tudo isto parecer distante e estranho para alguns, então experimentem focar-se brevemente apenas nas aparências. Karate é fixe; usamos roupas fixes; fazemos técnicas fixes. Perdoem-me a expressão, mas é esta inocência que quero expor. Esta percepção de criança que infelizmente vamos perdendo. Quando treinamos há já algum tempo, deixamos de ver as coisas da mesma maneira, e ainda bem que assim é, mas tentemos manter as complicações fora do dojo e não percamos a felicidade que sentíamos nos primeiros treinos.

Isto é Karate, não faz mal sorrir.
Fonte: derbymartialarts.co.uk

1 comentário:

  1. Nem sempre é fácil...
    Por este ou aquele motivo, acaba sempre por haver uma razão, pelo menos para o próprio indivíduo, para complicar e até nos afastar do que realmente é importante e simples.
    Vou tentar relembrar os primeiros treinos!

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