Quem julga que a rocha é mais forte que a água é porque nunca viu o poder do mar. Fluidez e flexibilidade são qualidades de tudo o que está vivo. Dureza e inflexibilidade caracterizam o corpo morto. Preferem ser o rebento verde ou o ramo seco? Um cresce, aprende, propaga-se; o outro parte-se, cai e desaparece. Mas se assim é, então porque é que o karate hoje em dia é visto como uma sequência vazia de movimentos tão brutos que fazem com que o karateka se transforme numa máquina?
Todas as técnicas deviam ser fluídas, como a onda que se esmaga contra a parede rochosa e adapta-se e envolve-a e recua para atacar uma vez mais. Da mesma forma que a onda não pára bruscamente, também nós não o deveríamos fazer porque somos mais parecidos com ela do que pensamos.
Se procurarmos bem, descobriremos que somos fluidos, líquidos até. E se não acreditarem, recordem a percentagem de água que temos no corpo e vejam uns quantos vídeos em câmara lenta de alguém a levar um soco na cara.
A dureza é ilusória. A verdadeira força esconde-se por trás de um estado mental adaptável, fluido e flexível.
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