Coragem e perigo costumam vir de mão dada - a coragem é aquilo que nos leva a enfrentá-lo, mas no mundo real, não costuma ser assim tão simples. Vejamos o exemplo no kumite. Colocamo-nos à frente do nosso oponente, relembramos a técnica, estamos atentos aos seus movimentos, e até podemos defender o ataque perfeitamente sem ter tido um pingo de coragem. Isto porque não tivemos que nos enfrentar a nós próprios. No kumite, a coragem vê-se nos pequenos pormenores, encarar com serenidade o olhar do oponente, manter a ligação com ele durante todo o combate, não apenas antes de ele atacar mas depois de defendermos.
Coragem exige entrega, confiança, humildade e constância.
É preciso imensa coragem para sermos verdadeiros connosco próprios, com o que sentimos estar certo, porque se fizermos isso, iremos inevitavelmente chocar com os outros. Como muitos já o disseram de maneiras diferentes "Se todos te adoram, algo está errado." Isto porque é impossível corresponder a todas as concepções que criaram de nós próprios.
Coragem é o que nos leva a enfrentar o erro, não quem errou. É saber separar o pecado do pecador, e ter a humildade e a sensibilidade para destruir o pecado e deixar o pecador intacto.
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