Estamos a treinar no dojo, olhamos para o lado e vemos o nosso companheiro demasiado inclinado para a frente. Ora, se descobrimos um defeito nele, não devemos ficar satisfeitos. Em vez disso, devemos olhar para nós próprios porque o mais certo é estarmos a cometer o mesmíssimo erro que ele. Isto acontece porque é preciso o defeito estar em nós para sermos sensíveis a ele. Por isso é que é preciso cuidado quando apontamos o dedo a alguém. O mais certo é termos três dedos apontados a nós próprios também.
Esta ideia prende-se com o quarto ensinamento que Gishin Funakoshi escreveu: Conhece-te antes de conheceres os outros. E que trabalho imenso dá conhecer-nos a nós próprios. Principalmente porque o mais provável é não gostarmos muito do que vamos encontrar quando olharmos para dentro.
"O quê, mas eu tenho todos estes defeitos? Ah não, afinal já não gosto de Karate, vou mas é praticar uma arte marcial diferente."
"Pois, mas o que encontraste em ti próprio continuará lá, e a solução não é desistir mas sim corrigir a atitude, a posição, a técnica..."
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