sexta-feira, 28 de novembro de 2014

De pequenino...

   ... é que se torce o pepino. Ou assim diz o ditado. Mas quão pequenino tem o pepino de ser para o começarmos a torcer?
  

   Se Karate é um caminho de descoberta, de relacionamento, de construção de um mundo melhor, então não fará sentido que seja preciso ter idade suficiente para compreender estes conceitos antes de começarmos a fazer verdadeiro Karate? Talvez, mas então e o Karate infantil que, inegavelmente, tantos benefícios traz aos mais novos? Desde melhorias na coordenação motora, respeito, atenção e resistência física? ...Mas mesmo que tenhamos isso tudo puxado ao limite, será que está certo?


   Esta é a Mahiro, tem 7 anos, é cinto negro e está a fazer uma das katas mais difíceis com uma perfeição quase robótica. Agora pergunto: davam-lhe uma arma para a mão? Acham que ela já tem maturidade suficiente para saber o que fazer com ela? Será que já deve saber o que fazer com ela? É que todos os ataques no Karate são sérios e perigosos, com o potencial de ferir ou matar se não forem executados com cuidado. Claro que também haverá quem diga que as crianças não são todas iguais, e que aos sete anos, uma criança japonesa já possui uma disciplina e um autocontrolo que muitos de nós nunca possuiremos durante toda a vida. Haverá também quem defenda que é essencial começar-se o mais cedo possível se queremos alcançar níveis prodigiosos no caminho que há-de vir.
   Quem tem razão, não sei. Só sei que é preciso ter-se certas faculdades desenvolvidas para poder tirar proveito de uma aula de Karate, e essas faculdades só se desenvolvem a partir de certa idade. O que para algumas crianças vem aos cinco anos, para outras virá mais tarde. E para não se estar a impor um limite, talvez o melhor seja deixar a decisão ao critério dos pais ou educadores, sempre de acordo com o que as crianças mais precisem; não de acordo com o que eles querem que as crianças precisem.

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